Cena Canadense

abril 15, 2010

Divulgando Trabalhos na Internet

Filed under: Jornalismo — claudiotostes @ 8:23 pm

Como já vimos em posts anteriores, há uma série de serviços gratuitos que ajudam na divulgação do trabalho de qualquer pessoa. Falamos especificamente de cada tipo de site e para que eles servem. Porém, para quem é jornalista, essa proliferação da informação pode ser muito interessante, mas aumenta pesadamente o volume de trabalho no momento de pesquisa. E, por isso mesmo, são criadas na redação estratégias de pesquisa que não contemplam todos os interessados.

Como já vimos, a base do trabalho do jornalista é o press release. Enxuto e pequeno, ele tem a função de informar somente o que interessa ao jornalista, que é a novidade. Sim, jornalismo é movido a novidades. Não faz sentido um jornal publicar aquilo que já foi publicado. Ao jornalista apenas interessa aquilo que ainda vai ocorrer, ou aquillo que ninguém esperava que tivesse acontecido. Só esta informação já reduz e muito o que o jornalista vai dispensar e o que ele vai aproveitar em relação ao que as fontes o oferecem como “a grande matéria”.

É claro que a fonte deve ter seu blog, seu banco de imagens inéditas, enfim, tudo o que o jornalista pode precisar para escrever sobre ela. O press release, porém, é o instrumento primeiro na triagem do que interessa ou não ao jornalista. Já vimos aqui também como um press release deve ser feito. Acima de tudo, o que vale mesmo é que o assunto que ele promove seja de fato relevante. É bom lembrar que fontes que escrevem para informar bobagens caem na lista negra do jornalista, perdem credibilidade e ganham fama de chatos. Fonte ruim vai parar na caixa de spam.

Outra coisa importante no papel de fonte é dizer a verdade. Jornalista que mente esvazia de sí seu papel na sociedade. Pode até procurar outra profissão, rasgar o diploma e morrer de vergonha. Para a fonte vale a mesma coisa. Assim, quando o jornalista percebe que sua fonte mentiu, a fonte perde seu papel de fonte. Nunca mais o jornalista acredita nela. A mentira dura pouco porque a verdade será sempre maior do que ela. Mais cedo ou mais tarde o jornalista descobrirá.

O cotidiano do jornalista é de muita correria. Muita gente vive assim também. Logo, tudo o que a fonte fizer deve tomar pouco de seu tempo, caso contrário o jornalista simplesmente passa por cima. Para informar algo ao jornalista é preciso ir direto ao assunto. Assim como há também determinadas horas do dia em que ele não está cumprindo rotinas de reunião, de fechamento de pauta… Se a fonte não sabe qual é a melhor hora para escrever ou telefonar para um jornalista, o melhor mesmo é perguntar a ele, sem tomar muito de seu tempo, é claro. Se o assunto for realmente quente, o jornalista vai procurar pela fonte.

Há diferenças entre um jornalista da chamada Grande Mídia e da chamada mídia alternativa. Suas disponibilidades e suas possibilidades de alcance são diferentes. Mais do que isso, há diferenças principalmente sobre o que eles têm interesse em escrever. Este será o tema do nosso próximo encontro.

janeiro 21, 2010

Sites de Divulgação

Filed under: Jornalismo,Lusófonos — claudiotostes @ 5:38 pm

No Brasil, o site de relacionamentos do momento é o Twitter. Simples, objetivo e bem limitado, ele se destina a produção do que no jornalismo chamamos de manchetes. Um indivíduo publica uma frase de até 140 toques e seus contatos tomam conhecimento da mensagem. Em época de convergência digital, as pessoas recebem a frase instantaneamente em seus ceulares. De tão bem sucedido, ele já tem derivados para fotografias e questionários, todos serviços distintos.

No Canadá é a fase do Facebook, que em 2009 sofreu uma ampla reformulação e alcançou seu ápice de usuários, mas tende a sofrer agora um declínio na qualidade das informações alí postadas, porque ampliou demasiadamente seu público-alvo. Jogos, comunidades sem objetivos práticos e outras experiências mal sucedidas experimentadas pelo seu antecessor, o Orkut, estão sendo repetidas pelo Facebook, mas sua decadência está apenas começando. Ainda é uma excelente opção de divulgação de eventos.

Essas três empresas citadas acima são concorrentes fortes, grandes e que estão na briga pelo mercado de relacionamentos virtuais. Atualmente, é recomendável ter um perfil em cada um desses sites e usá-los para divulgar eventos e empreendimentos. Há ainda uma gama de serviços menores que tentam concorrer com estes maiores. São comunidades de relacionamento de empresas de médio e pequeno porte que tentam colher as fatias de mercado perféricas a essa enorme disputa. Geralmente são interessantes, mas não conseguem ganhar muito espaço, permanecendo sempre muito limitadas.

Há ainda os sites de divulgação de mídia, como o renomado YouTube e o MySpace, que são muito interessantes para artistas e profissionais envolvidos com meios de comunicação. Para quem precisa disponibilizar imagens de divulgação, há um eficiente serviço chamado Picasa. As conversas em grupo podem contar com vários tipos de serviço diferentes, entre os mais famosos estão o Live Messenger, o Skype e o GoogleTalk, que servem para dar entrevistas à distância. E assim por diante. As novidades não param de surgir e é preciso estar antenado nelas.

O mais importante é não se esquivar de conhecer todos esses serviços. Estar sintonizado com o mundo da informática hoje é gerenciar o seu próprio potencial de divulgação. Dedicar um tempo a cada dia para estar em contato com essa realidade é algo que fará parte, cada vez mais, da vida de cada ser humano sujeito de seu trabalho.

Na próxima oportunidade falaremos de como esses serviços vão ajudar na interação com os jornalistas e veículos formadores de opinião. Vamos ver também como é a etiqueta do relacionamento entre as personalidades que produzem coisas interessantes e os jornalistas, que ajudam a divulgá-las.

janeiro 20, 2010

Informando o Jornalista

Filed under: Jornalismo — claudiotostes @ 2:38 am

Uma pessoa pública se indaga muitas vezes sobre a fronteira entre o que é sua vida particular e o que é sua vida pública. De fato, o limite entre as duas partes é muito tênue. A vida particular de pessoas mais interessantes para a sociedade pode causar interesse social se afetar o todo ou uma parte dessa sociedade. No mais, os assuntos podem interessar à imprensa chamada “marron”, que vulgarmente conhecemos como “fofoqueira”.

Infelizmente, há quem consuma fofocas e há quem anuncie em veículos de fofocas. E a melhor maneira de evitá-las é deixar tudo sempre muito claro sobre a vida pública. Aliás, deixar os jornalistas muito bem informados é a melhor estratégia de valorização da imagem da pessoa pública, que nesse caso é a fonte do jornalista.

Especialmente com a enorme quantidade de sites voltados ao relacionamento, tornou-se difícil não se expor demais. Porém, mesmo em sites como o Facebook e o Orkut (um serviço gratuito de relacionamentos do Google famoso apenas no Brasil), há o espaço em que as mensagens são públicas e onde são privadas. Estudar bem cada site antes de começar a postar coisas significativas é sempre uma boa precaução, ainda que a ideia seja desanimadora.

É muito comum as fontes dizerem que não têm paciência nem tempo para passar horas na frente de sites de relacionamento. Entretanto, hoje em dia este tipo de esforço se faz cada vez mais necessário. Existem ainda alternativas mais eficientes, mas que demandam domínio um pouquinho maior de Internet. São os blogs, como este que o leitor amigo está lendo agora.

O Cena Canadense é todo feito sobre a estrutura pré-existente de blog. Na verdade, duas estruturas: o blogspot e o wordpress. Utiliza-se de dois serviços gratuitos que possibilitam a qualquer pessoa publicar apenas o que interessa. A questão é que eficiente mesmo é estar habilitado a reunir todos os serviços de informação disponíveis, desde o simples Twitter até os mais enrolados Facebook e Orkut. Isso porque hoje a rede é um emaranhado de informações completamente entrelaçado. E no fundo, no fundo, quem deixa uma informação confidencial escapar geralmente é a própria fonte.

Por isso mesmo, é sempre importante deixar o jornalista bem informado. Disponibilizar para ele uma página onde tenha acesso as informações básicas sobre a fonte, onde ele pode conhecer o seu trabalho (músicos, por exemplo, geralmente enviam CDs para os jornalistas conhecerem seu último lançamento), disponibilizar um banco de imagens sempre atualizado, um e-mail através do qual o jornalista possa entrar em contato, números de telefones, press releases informando qual é o próximo projeto… E o que fazer com os paparazzi? Chamar todos às claras e perguntar o que eles querem saber. Quem já fez isso, conseguiu se livrar deles.

Hoje em dia a Internet oferece muitos recursos. É óbvio que ninguém consegue usar todos, mas reunir os que faclitam efetivamente no quesito informação é importante para que o jornalista consiga ajudar a fonte a divulgar o seu trabalho. Essa é a função do jornalismo, esse é o interesse do jornalista.

janeiro 13, 2010

Jornalista Profissional

Filed under: Jornalismo,Lusófonos — claudiotostes @ 9:34 pm

Jornalista não morde

O jornalista profissional, como já vimos aqui nesta coluna, é um trabalhador que media a distância entre o cidadão comum e a notícia. Muita gente costuma ver no jornalista uma ameaça, mas na verdade o profissional inteligente sabe que ao prejudicar suas fontes de informação está automaticamente se prejudicando. Por isso mesmo, o jornalista inteligente não coloca suas fontes em situações delicadas.

É claro que se um político desonesto é flagrado prejudicando a sociedade, o jornalista denuncia porque sua responsabilidade maior é com a sociedade. Um dos jornalistas envolvidos com os trabalhos do Cena Canadense não hesitou certa vez quando testemunhou há alguns anos a cantora Sandra de Sá fazendo bandalhas no trânsito carioca dentro de seu carro importado escondida por um insulfilme quase negro. Botou a boca no mundo.

Isso porque o compromisso do jornalista é social, ele faz Comunicação Social, e suas relações de amizade estão abaixo do seu compromisso moral com a profissão. Sendo assim, o que um jornalista ouve, mesmo numa conversa de bar, é notícia. Contudo, se a fonte pedir sigilo de informação, o jornalista tem quase uma obrigação completa de não divulgá-la, dependendo apenas se esta informação pode ser um diferencial muito grande para a sociedade.

Há fontes que ameaçam o jornalista quando falam o que pensam, sem refletir duas vezes. Isto não é necessário. Somente um jornalista desavisado é capaz de colocar sua fonte em situação delicada. Não é conveniente ao jornalista, na maior parte das vezes, perder suas fontes.

Às pessoas que produzem coisas de interesse social, como artistas, empresários, religiosos, entre outros, os jornalistas chamam de fontes. Se você é uma fonte é porque você faz alguma coisa que gera interesse na sociedade. É justamente isso que causa interesse no jornalista que desenvolve o seu trabalho com seriedade. As falas impensadas ou a sua vida particular geralmente não causam interesse nesse tipo de jornalista, a não ser que elas tenham impacto no interesse social.

Uma boa dica é não dizer tudo o que passa pela cabeça para um jornalista. Na dúvida, não arrisque. Com o tempo, ele vai conhecer sua fonte melhor e vai saber distinguir o que deve e o que não deve ser levado ao conhecimento público. E já que é assim, não é uma boa ideia manter distância dos jornalistas (e veja bem, paparazzo não é jornalista, é fotógrafo sem moral). É sempre melhor disponibilizar as informações de maneira clara e acessível. No nosso próximo post vamos ver como isso é possível. Até lá!

janeiro 7, 2010

Fotografia

Filed under: Jornalismo,Lusófonos — claudiotostes @ 12:44 pm

Há séculos, um dos elementos mais importantes na Comunicação Social é a fotografia. Uma matéria em jornal impresso, revista, televisivo ou de Internet não tem o mesmo poder de atração de leitores ou espectadores quando não há imagens. O casamento entre jornalismo e fotografia é um fenômeno que tem dado certo quase desde as gêneses da imprensa e da prensa.

Por isso mesmo, é importante que a pessoa interessada em divulgar seu trabalho ou atividade se preocupe com a qualidade fotográfica dos registros de suas produções. Disponibilizar o acervo de imagens para a imprensa é tão importante quanto escrever um press release e cada vez mais está sendo solicitado que a personalidade em questão dedique uma parte do seu tempo a isso, ou contrate um profissional capacitado para assessorá-la no assunto, o que requer investimento.

Hoje em dia a Internet dispõem de vários recursos, alguns deles até gratuitos, para tudo o que é relativo a Comunicação Social. São sites de perguntas e respostas, comunidades de divulgação, blogs gratuitos, álbuns de fotografia, enfim, uma gama de espaços na Internet onde as pessoas podem escolher o que deve ou não se tornar público em sua vida. É importante, todavia, conhecer bem como esses mecanismos funcionam para evitar gafes.

No tocante à fotografia, o Cena Canadense oferece um curso básico e gratuito de capacitação, com duração de três meses. Seu conteúdo é leve mas as avaliações são sérias. Dedicando uma hora por dia aos estudos, o interessado em fotografia pode obter bons resultados. Clique aqui e siga as instruções para se matricular. As aulas começam dia sete de janeiro (07/01/2009) e as matrículas serão aceitas até um mês depois do início do curso. Novas turmas têm início a cada três meses.

Para fazer a matrícula, o estudante deve fazer um login e senha próprios. Depois, quando for se matricular no curso, a senha exigida é sebastiaosalgado (o nome do mundialmente famoso fotógrafo brasileiro, sem acento e sem espaço). Aproveite esta oportunidade!

dezembro 23, 2009

Press Release

Filed under: Jornalismo,Lusófonos — claudiotostes @ 5:46 pm

Em relação as técnicas de Comunicação Social que podemos usar para causar interesse em jornalistas, vamos falar agora do instrumento mais básico da Assessoria de Comunicação. É o Press Release, que nada mais é do que uma resumida matéria que a personalidade faz para apresentar a si ou a um evento no qual esteja envolvida.

O Press Release respeita, como qualquer texto jornalístico, a técnica da pirâmide invertida, que vimos no último post. Geralmente é um texto pequeno, mas riquíssimo em informação. É composto por apenas quatro parágrafos de quatro linhas e pode ter um intertítulo entre o segundo e o terceiro parágrafos.

O intertítulo é uma espécie de título de segunda categoria que dirige a leitura para um foco determinado. Tudo o que vem depois do intertítulo é menos importante que o lide e o sublide. Porém, é uma parte do texto que salienta alguma coisa que merece destaque no Press Release.

A personalidade que produz alguma coisa potencialmente de interesse social deve redigir um Press Release antes mesmo da imprensa ter conhecimento do seu trabalho. Isto evita o sufoco de produzir o material em cima da hora, o que pode provocar perda de qualidade do texto.

Cada personalidade deve ter um Press Release que a apresente para os jornalistas, inclusive em línguas como o inglês, o francês e o espanhol, sem nos esquecermos de que somos lusófonos e um Press Release em português é essencial. Além desse material, é preciso haver um Press Release para cada evento no qual a personalidade está envolvida. É aconselhável que nesse caso o material esteja disponível em português e na língua em que o evento vai acontecer. No caso do Canadá são duas, o inglês e o francês.

Dominar bem a Língua Portuguesa, a Língua Inglesa e a Língua Francesa não é extremamente necessário. Pedir ajuda é. Toda pessoa que escreve um texto jornalístico pede ajuda a alguém para revisar o seu texto, mesmo dentro de uma redação de jornal. Isto ocorre porque quando lemos nosso próprio texto corremos o risco de não enxergar problemas de gramática e ortografia. Na pior das hipóteses, se não há ninguém por perto para quem possamos pedir ajuda, deixamos o texto de lado por alguns minutos e voltamos a ele já com um distanciamento. É claro que esse distanciamento não é o ideal, mas ajuda em casos extremos.

Vocês podem até reparar que volta e meia revejo meus textos em todo o Cena Canadense e corrijo esses erros. Mesmo em textos antigos, tenho o costume de reler eventualmente e fazer correções. Nunca um leitor ajudou, mas seria ótimo se o fizesse. Críticas nem sempre são negativas e devemos assimilar todas as que nos fazem melhorar no que fazemos.

Não é interessante que o Press Release tenha desenhos ou fotografias. Se a personalidade quer imprimir uma logomarca ela até pode estar no cabeçalho do texto, mas nunca em destaque maior do que o próprio texto. O jornalista para quem o material será enviado está interessado nas informações escritas, mas é verdade que um pequeno timbre institucional torna o documento oficial.

Fotografias são do interesse de qualquer jornalista, e dos leitores dos jornais. Porém, seu espaço adequado não é dentro do Press Release. Elas são tão importantes que merecem um post a parte. Será, então a matéria do nosso próximo texto na coluna Assessoria de Comunicação.

Cony Confunde Casos

Filed under: Lusófonos — claudiotostes @ 4:14 pm

Cony é um jornalista respeitado em todo o Brasil. Por isso até, tornou-se colunista. Como ninguém é perfeito, neste dia deu um apagão no estimado colega e ele trocou literalmente as bolas.

Quando o jornalista erra, não faltam pessoas para crucificá-lo. Porém, o erro acontece, é uma característica do ser humano errar de vez em quando. Clique aqui para ouvir.

dezembro 22, 2009

Notícia Interessante

Filed under: Jornalismo — claudiotostes @ 6:19 pm

Há algumas características da notícia que as tornam mais interessantes para umas pessoas do que para outras. Precisamos estar atentos a elas quando pensamos em publicar alguma coisa na imprensa. Dependendo do nível de interesse que a nossa ideia causa no público, a pauta pode cair, ou seja, a nossa ideia pode não ser publicada. Vamos analisar algumas agora.

Quando uma notícia provoca interesse em alguém, a primeira coisa que atrai o leitor é a proximidade com o que aconteceu. Se a matéria tem relação com a vida dele, ele se interessa. Por exemplo, se algo inusitado aconteceu numa rua de Tóquio, poucos brasileiros terão interesse. Porém, se a principal personagem da situação foi um brasileiro, o número de interessados aumenta para brasileiros, independente de onde estejam no mundo.

Usamos no parágrafo acima a palavra inusitado. Pois é, se o acontecimento é inusitado, também atrai mais público. Ou seja, o que acontece no cotidiano não é notícia. É por isso inclusive que em Ottawa um homem que entra armado em duas lojas de conveniência para assaltar estampa a primeira página do jornal Metro. No Brasil, nem estampa a última, de tantos assaltos assim que acontecem todos os dias por lá.

A relevância social do assunto também pode causar interesses diferenciados. Há público que se interessa pelo que acontece na vida pessoal das celebridades. Inclusive, este é um mercado que movimenta muito dinheiro. Não é o interesse do Cena Canadense. Há público, por outro lado, que se interessa pelo que as celebridades fazem nas suas habilidades específicas, que são seus diferenciais na sociedade. Por exemplo, se um violonista flamenco consagrado no mundo inteiro machuca sua mão na borda da piscina e o acidente o impede de tocar para o resto da vida, isto é notícia no mundo inteiro. Se um violonista da Moca, em São Paulo, fura o dedo com uma faca preparando o pão para o café da manhã, ninguém tem interesse por isso, talvez sua mãe.

Impacto também é algo que define a qualidade de interesse dos leitores. Se uma notícia os surpreende, causa mais interesse neles. Quando terroristas atacaram o World Trade Center, por exemplo, até mesmo donos de empresa e funcionários pararam tudo o que estavam fazendo para ver na televisão o que acontecia. O choque de ver aquelas cenas fez pessoas telefonarem umas para as outras para chamar atenção para o fato. Quem não tinha uma TV por perto, ou procurou por uma, ou por um rádio.

A familiaridade com o tema é outro aspecto. É por isso inclusive que existe a imprensa especializada, em que um jornalista entende mais de um assunto do que os outros. A ideia de que o jornalista é um generalista não se aplica muito bem nesse caso, mas jornalistas têm por obrigação serem generalistas em outros assuntos mesmo que sejam especialistas em algum tema. Se o leitor não tem familiaridade com “literatura”, não vai ler o caderno de literatura que eventualmente alguns jornais têm no domingo ou numa terça-feira. Podemos raparar, inclusive, que rarissimamente vemos na TV uma recomendação de um bom livro. Simplesmente porque o público de TV é bem variado, extratificado por horários e principalmente pelos anunciantes de cada canal.

Diferenças entre as matérias

Matéria é tudo o que é desenvolvido em jornalismo por jornalistas. Porém, entre as matérias há classificações. Dentre estas, o nosso assunto a ser divulgado na imprensa vai ser classificado de acordo com o público-alvo de cada VCM. Artigo, notícia, reportagem e nota são coisas diferentes.

Artigo é um texto que analisa determinado aspecto sob um ou mais pontos de vista. Pode ser escrito por alguém que não é jornalsta e junto disso há algumas excusas que precisam ser feitas pelo leitor. Pode ter relação com qualquer tema e nem sempre o jornal é responsável pelo que é escrito. Há jornais até que aceitam pontos de vista contrários a sua linha editorial, como é o caso do Cena. O artigo costuma ter um tamanho de razoável para grande e nos VCMs da Grande Mídia costumam ser publicados nas folhas centrais, juntos de outros artigos, em posição de destaque.

Notícia é uma coisa bem breve. Geralmente é notícia o que não precisa de detalhes, porque de alguma maneira não contempla todos ou a maioria dos aspectos da primeira parte deste post. Toda matéria jornalística é escrita em formato de pirâmide invertida, o que explicaremos no próximo parágrafo. A notícia só expõe o primeiro parágrafo desta pirâmide.

Pirâmide invertida é o termo empregado para explicar a técnica de redação em jornalismo. O primeiro parágrafo é chamado lide (do inglês lead) e contém respostas a quatro perguntas básicas: Quem? O quê? Quando? e Onde? O segundo parágrafo responde a perguntas satélites ao lide: Como? Gravidade? etc. O terceiro parágrafo vem com informações de terceiro grau de importância, geralmente acompanhadas de um depoimento, se possível entre aspas, fielmente reproduzindo o discurso, permitindo correções somente em relação a Língua Portuguesa. O quarto parágrafo vem com informações menos importantes, o quinto menos ainda, e assim por diante.

A pirâmide invertida tem duas utilidades. A primeira é informar o leitor sobre o que ele precisa ser informado antes mesmo que desista de ler uma matéria. Se ele ler apenas os lides de um jornal inteiro, já terá as informações básicas do dia. A outra é que na redação, se o texto não couber no espaço ou no tempo disponíveis, o editor corta o texto de baixo para cima, não correndo o risco de perder qualidade na matéria.

Voltamos a análise dos tipos de matéria em jornalismo. Reportagem é o texto que segue as técnicas da pirâmide invertida e é maior, mais detalhada do que a notícia. De preferência, os depoimentos existentes na reportagem devem ser de pessoas que possuem pontos de vistas opostos, e o número de cada depoimento impregnado de um ponto de vista deve ser igual ao número do outro. O primeiro ponto de vista, infelizmente, é determinado pela linha editorial do VCM e quanto a isso há pouco o que fazer. A subjetividade do jornalista, algo indissociável do ser humano, também pode pesar na escolha de qual depoimento pesará como primeiro da reportagem.

A reportagem conterá vários parágrafos. Se possível, vai expôr imagens sobre o acontecimento. Agora, se for o caso de uma Reportagem Especial, isso é muito potencializado. Um bom exemplo de Reportagem Especial no Brasil é o caso do Globo Repórter. Trata-se de um programa da Rede Globo de Televisão onde pelo menos uma Reportagem Especial vai ao ar por semana. É uma matéria longa, muito aprofundada, sobre determinado tema.

A nota é ainda menor que a notícia. Trata-se de um texto muito resumindo informando sobre algum evento. Entre as qualidades do lide, só é publicado o realmente essencial. Muito comum em espaços de colunistas.

Falar de um assunto interessante sempre levanta outros assuntos interessantes. No próximo texto discutiremos as técnicas de divulgação do trabalho de uma personalidade para os jornalistas, de maneira que eles tenham interesse em publicar o que a personalidade faz e que é de interesse social.

dezembro 19, 2009

Comunicação de Massa

Filed under: Jornalismo — claudiotostes @ 3:22 am

Vamos falar aqui de alguns conceitos sobre Comunicação de Massa que orientam a Comunicação Social no Brasil e no mundo. Eles são fundamentais para nos aproximarmos do jornalismo de uma maneira proveitosa para a sociedade. Considerando que estamos aqui neste site interessados em melhorar nossa comunicação, eles são fundamentais também para esta coluna.

Um cidadão comum, ocupado pelos afazeres do dia-a-dia, geralmente não está próximo de um evento quando ele vai se tornar ou se tornou notícia. Assim acontece diariamente, com várias pessoas, em vários pontos da sua cidade, do seu país e no mundo inteiro, a todo momento. É simplesmente natural que o cidadão comum não tenha acesso direto a todas as notícias de seu interesse.

Já que, potencialmente, há notícias que são do interesse dos cidadãos e eles não têm como estar onde todas elas acontecem, existe um profissional que tem a responsabilidade social de levar às pessoas as informações que possam parecer do seu interesse. O nome desse profissional é jornalista e sua profissão o jornalismo. Sua atividade é semelhante a do publicitário, a do Relações Públicas, a do Produtor Editorial e demais profissões relacionadas à Comunicação Social. Trata-se de levar a informação para as pessoas.

Ao conjunto das pessoas que não têm acesso direto à informação, chamamos de Massa, e aos veículos utilizados pelos comunicadores sociais para levar a informação à Massa, chamamos de Veículos de Comunicação de Massa (VCM). Às grandes corporações que englobam vários VCMs e às quais geralmente a Massa deposita muita credibilidade chamamos de Grande Mídia. Os veículos menores como o Cena Canadense, que não contam com muito recurso, têm propostas diferentes da Grande Mídia.

Como a influência do jornalismo desenvolvido nos EUA é muito grande sobre o jornalismo brasileiro, a palavra Mídia percorreu um caminho maior do que o necessário para chegar a nossa compreensão. Mídia vem do inglês Media, que por sua vez vem do latim Medium, que na Língua Portuguesa está relacionada a palavra Meio. Quando no Brasil dizemos Mídia, nos referimos aos VCMs.

O Comunicador Social é todo profissional que exerce a função de levar informação para as pessoas. Sua função é social e junto dela está uma responsabilidade social, tamanha a importância do que ele faz. Diretores de Cinema, de Teatro, Atores, Artistas Plásticos, em suma todos os profissionais que colocam a sua produtividade a serviço de levar informação ao cidadão comum é um Comunicador Social. No Brasil, uma faculdade de Comunicação Social dá as bases para o Comunicador Social trabalhar em qualquer um desses campos.

Fazemos aqui a distinção entre o Brasil e os outros países porque, apesar da influência estadounidense na cultura brasileira, há diferenças e elas são marcantes. Nos EUA, o trabalho do Comunicador Social está associado primeiramente à publicidade e no Brasil ao jornalismo. Apesar das duas áreas serem muito próximas, mesmo no Brasil, culturalmente estas diferenças significam a presença de um contrato social que vai ter efeito direto sobre a relação da Comunicação Social com o consumo. Porém, para efeito geral isso é apenas um fator paralelo, que afeta pouco os nossos interesses de estudo no momento.

Enfim, o mais importante agora é frisar que o jornalista é simplesmente o profissional interessado em realizar a função de levar a informação para quem não tem acesso espontâneo a ela. Ao jornalista não interessa avaliar a carga moral de um evento ou sua qualidade, ou ainda qualquer valor associado ao acontecimento. Se o evento é de interesse social, a função do jornalista é reportá-lo a sociedade que é sua leitora.

Assim, discutiremos no nosso próximo texto quais são as características que transformam um evento em notícia. Este texto está completamente aberto ao debate franco, identificado e honesto. O leitor amigo está convidado a deixar seu comentário. As críticas são muito bem vindas e de interesse do Cena Canadense, porque este blog não se considera o dono da verdade.

dezembro 18, 2009

Assessoria de Comunicação

Filed under: Jornalismo — claudiotostes @ 11:00 pm

O Cena Canadense tem pouco tempo de existência, mas já foi possível perceber que algumas pessoas produzem coisas interessantes, de relevância social para os falantes de Língua Portuguesa que moram no Canadá. Contudo, algumas destas personalidades que contribuem para a sociedade canadense com seu background lusófono têm dificuldades em manter os jornalistas informados dos seus projetos.

A partir desta percepção, o Cena teve a ideia de montar uma coluna através da qual estas personalidades pudessem se informar e se capacitar para manter os meios de comunicação, pequenos como nós ou grandes como os da chamada Grande Mídia, em dia em relação a todas as iniciativas de interesse público.

No Canadá encontramos, ao longo dos nossos poucos dias de existência, pessoas envolvidas com projetos que se limitam a uma divulgação resumida através de comunidades como o Facebook o MySpace ou o Twitter. Os textos divulgados nem sempre demonstram domínio da técnica de Comunicação Social, o que pode representar para as iniciativas um prejuízo de agrupamento de pessoas interessadas pelo que é feito.

As personalidades lusófonas no Canadá estão distribuídas por campos riquíssimos, como a música, a pintura, a promoção de eventos, a divulgação e integração de culturas e a Informática. São pessoas de alto potencial de criação e profundo empenho no que fazem, mas que dificilmente dominam as maneiras de como tornar seus trabalhos públicos ou de interesse público.

Assim, o Cena Canadense dá início a mais este empreendimento na tentativa de aproximar as fontes de informação aos jornalistas, através de um curso de capacitação que chamamos aqui de Assessoria de Comunicação, embora não pretendamos efetivamente fazer um trabalho de assessoria. A escolha do nome se deveu apenas para alertar que há um campo do jornalismo específico para aproximar as fontes dos jornalistas que podem agregar valor aos seus trabalhos.

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